O Senhor não nos criou para vivermos sozinhos, isolados como uma ilha.
O próprio Deus estabeleceu a família e disse a Adão e Eva que se reproduzissem e povoassem a terra. E ao longo dos séculos a história se repete com milhares de pessoas casando, se unindo em famílias, como amigos, como companheiros de equipe no trabalho, nos esportes, nas mais diferentes atividades humanas.
Mas relacionamento envolve muito mais do que afetos momentâneos ou troca de interesses. Um relacionamento real vai além daquilo que eu vejo, de abraços e beijos nem sempre sinceros ou da formalidade de simples trocas de palavras: envolve comunhão.
O QUE É COMUNHÃO?
Comunhão (do grego Koinonia) é o ato de usar uma coisa em comum. Tem o sentido de companheirismo, compartilhar, usar juntos. Contudo, é muito mais do que isso: é coisa do espírito, é uma união que ultrapassa o que é meramente humano.
A comunhão é a essência do Espírito Santo fluindo entre nós, promovendo o amor, a paz, a alegria no outro, me ligando a quem está do meu lado.
Porém, para termos comunhão uns com os outros, precisamos observar e praticar dois elementos que são fundamentais para bons relacionamentos:
1º) SENTIMENTO DE INTERDEPENDÊNCIA
Interdependência consiste na ideia de que ninguém pode viver sem a ajuda do outro e isso ocorre desde o nascimento. É o que ocorre no corpo humano, onde cada sistema, cada aparelho, cada órgão, depende de outro.
Ninguém é dotado de auto-suficiência tal que não precise da oração, do amor e da ajuda dos familiares, dos amigos e dos irmãos na fé.
Ec 4.9,10 “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Pois se caírem, um levantará o seu companheiro; mas ai do que estiver só, pois, caindo, não haverá outro que o levante.”
Ef 4.25 nos lembra que somos membros uns dos outros.
2º) HUMILDADE
A humildade é a virtude que mais nos faz parecidos com o Senhor Jesus, porque nos transforma em servos dos demais sem que a gente se importe com conhecimento, posição, riqueza ou qualquer outra coisa que possa fazer distinção entre nós e os outros.
A humildade nos torna capazes de sentir a dor do outro, porque nos faz iguais.
É a humildade que nos faz alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram. A falta de humidade:
- leva-nos a tratar umas pessoas com bajulação e outros com desprezo – isso representa dubiedade de caráter, nos faz "interesseiros";
- leva-nos ao engano e à pobreza espiritual – passamos a acreditar que somente nossas ideias estão certas e que nossas experiências são as únicas válidas; e
- leva-nos à exclusão – formamos grupinhos e "panelinhas", onde o que reina não é a comunhão, mas o exclusivismo, os interesses meramente humanos, a fofoca, a desunião.
Devemos valorizar e amar cada pessoa com quem convivemos, mesmo que a convivência com essa pessoa seja difícil. Será que somos tão perfeitos que não incomodamos os outros?
Será que o sangue que Jesus derramou por mim, foi melhor ou diferente daquele que ele derramou por quem está do meu lado, na minha frente ou atrás de mim?
Olhe para o seu lado direito e para o lado esquerdo... olhe para trás e para a frente... pare e pense que cada pessoa com quem convivemos ou nos encontramos no cotidiano custou o mesmo preço.
Quando nos conscientizamos sobre o quanto precisamos uns dos outros e entendemos que todos nós temos defeitos, falhamos e somos sempre necessitados da misericórdia de Deus, começamos a abrir nosso coração ao verdadeiro amor, o amor que nasce em nós gerado pelo Espírito Santo.
É esse amor que gera a comunhão com os outros e que nos traz paz ao coração.
Lembre-se: VOCÊ NÃO É UMA ILHA.
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