terça-feira, 13 de julho de 2010

QUATRO ESTÁGIOS IMPORTANTES - 2ª Etapa


PASSANDO POR BETEL


Depois de começar nossa caminhada em Gilgal, na postagem anterior e, como vimos, submetendo e julgando a carne, temos que avançar até Betel.

Em Gênesis 12.7-9. vamos aprender que Betel era o lugar onde Abraão edificou um altar. E um altar tem o propósito de estabelecer comunicação com Deus quando a pessoa oferece sacrifícios e entrega-se a Ele por inteiro.

Se observarmos no mesmo capítulo, a partir do versículo 9 até o 14, e seguirmos adiante, vamos encontrar a descida de Abraão para o Egito e perceberemos que nesse trajeto ele não edificou nenhum altar.

Podemos notar também que desse ponto em diante, a comunicação do patriarca com Deus ficou como que interrompida e o seu coração antes tão consagrado ao Senhor, agora estava tomado de medo e falta de confiança.

Isso nos leva a entender que há uma clara diferença entre Betel e o Egito. Enquanto em Betel, Abraão erguia um altar e prestava adoração a Deus, no Egito era invadido por medo, mentia, enganava e atraía maldição sobre a vida das pessoas. Contudo, em Gênesis 13.3,4, verifica-se que o mesmo Abraão que havia perdido a comunhão com Deus no Egito, agora voltara para o lugar original, em Betel e invocou o nome do Senhor.

Somente na Betel espiritual as pessoas terão comunhão com Deus e se renderão a Ele. Assim, como Gilgal fala de vencermos a carne, Betel fala sobre vencermos o mundo. Devemos nos lembrar que nas Escrituras, o Egito lembra o mundo.

Vencer o mundo é uma condição para o arrebatamento e para receber o poder do Espírito Santo. No Oriente também não existe altar, ou seja, não há comunhão com Deus.

Para que os israelitas pudessem servir a Deus de verdade, logo após sua libertação do jugo de faraó, era preciso que partissem do Egito e viajassem durante três dias:

Ex 8.25-27 – “Então o faraó mandou chamar Moisés e Arão e disse:”Vão oferecer sacrifícios ao seu Deus, mas não saiam do país”. “Isso não seria sensato”, respondeu Moisés; “os sacrifícios que oferecemos ao Senhor, o nosso Deus, são um sacrilégio para os egípcios. Se oferecermos sacrifícios que lhes pareçam sacrilégio, isso não os levará a nos apedrejar? Faremos três dias de viagem no deserto, e ofereceremos sacrifícios ao Senhor, o nosso Deus, como ele nos ordena.”

Seria sacrilégio para os egípcios porque alguns dos animais que seriam sacrificados pelos israelitas eram considerados sagrados para o povo do Egito. Mesmo o Senhor não tendo determinado ainda como seriam os sacrifícios, especificamente, Moisés sabia que não poderia transigir com relação àquilo que Deus determinasse. E isso nos deixa duas preciosas lições:

1º. O mundo não pode entender a razão pela qual não seguimos suas regras e condenamos pela Palavra, suas práticas – ele não tem o Espírito Santo

Jo 14.16,17 – “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós.”

Nossa vida deve chegar ao ponto de o mundo ser incapaz de afetar nosso coração. De certa forma era isso que o Senhor Jesus queria nos ensinar quando disse:

Jo 16.33 – “ Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo.”

Muitas vezes aplicamos essa palavra apenas no sentido de confortar a nós mesmos ou aos outros quanto às tribulações que passamos no mundo. Porém, podemos achar um outro sentido nessa afirmação do Senhor: “Escutem vocês serão odiados e perseguidos porque não compactuam com as coisas do mundo, mas não desistam, olhem para mim: eu venci o mundo”.

Isso não é diferente daquilo que Jesus expressou em sua oração sacerdotal :

Jo 17.11,14: “Não ficarei mais no mundo, mas eles ainda estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, protege-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um, assim como somos um (...) Dei-lhes a tua palavra e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou.”

O apóstolo Paulo nos adverte:

2 Tm 3.12: “De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.”

João escreve em sua 1ª Epístola Universal, capítulo 2, vv 15-17, uma recomendação que esclarece ainda mais as palavras de Jesus: “Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo – a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens – não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.”

O quanto o mundo tem nos afetado? Será que ainda mantemos desejos secretos pelas coisas do mundo?

Será que ainda buscamos o louvor dos homens? Ou será que nos permitimos sofrer pelas calúnias dos homens?

Será que o que sentimos e pensamos tem alguma diferença do que sentem e pensam as pessoas do mundo?

Não podemos esquecer o ensino que o Senhor deixou para seus discípulos durante o sermão da montanha, que está registrado em Mt 5.20: “Pois eu lhes digo que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus”.

Se o nosso coração não vencer completamente o mundo, e, se as pessoas, coisas ou os acontecimentos deste mundo ainda ocuparem lugar dentro de nós, não seremos capazes de atingir nosso objetivo.

Precisamos ser vigilantes e fiéis. Se não formos cautelosos, voltaremos ao Egito, ainda o que é pior ficar tentados a fixar residência lá. Devemos lembrar que não podemos amar e nem ficar no Egito pois lá não tem altar, logo não há comunhão, nem adoração.

Há alguns que não vão para o Egito mas fazem como Abraão. Primeiro ele rumou para o Oriente, que era na direção do Egito. E isso significa como pertencer a metade ao mundo e metade a Deus.

2º. Não podemos, em nome de manter a paz com o mundo e seu sistema corrompido, transigir, isto é, mudar aquilo que o Senhor determinou para nós. Seus princípios são inegociáveis.

Ml 3.6a – “Porque eu, o Senhor, não mudo;”

Tg 1.17 – “Toda voa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não mudança, nem sombra de variação.”

No Egito eles poderiam realizar a Páscoa, pois Deus os havia libertado do castigo do pecado que era a morte. Entretanto, para que estivessem sob o nome do Senhor e O adorassem da forma devida, precisavam abandonar o Egito.

Se queremos adorar a Deus em espírito e em verdade, se queremos agradá-Lo, precisamos abandonar tudo o que diz respeito ao Egito.

(Continua na próxima postagem)



domingo, 11 de julho de 2010

QUATRO ESTÁGIOS IMPORTANTES - 1ª Etapa


No texto que está em 2 Rs 2.1-14, que orienta esta série de quatro reflexões, encontramos estágios de uma jornada que partia de Gilgal, rumava para Betel, Jericó e, finalmente, cruzava o rio Jordão.
Naquele tempo, Elias estava para ser levado ao céu e Eliseu estava prestes a receber porção dobrada do Espírito Santo e esses dois homens, viajavam por um caminho que ligava esses quatro locais: Gilgal, Betel, Jericó e o Jordão.
Os aspectos físicos e geográficos desses locais podem nos ensinar uma lição muito importante: se quisermos ser levados ao céu como Elias ou receber o Espírito Santo como Eliseu, teremos que percorrer esses quatro lugares, que representam quatro estágios da vida.

I- COMEÇANDO POR GILGAL

Gilgal é o nosso ponto de partida. Se queremos interpretar de forma correta o sentido de Gilgal em nossa vida, precisamos primeiro compreender onde surge esse lugar nas Escrituras. Observemos o texto que está em Js 5.2-9.
No versículo 9, descobrimos que o nome Gilgal significa “removido”. A geração dos filhos de Israel que havia saído do Egito foi toda circuncidada, mas aqueles que nasceram depois, no deserto, não havia passado pelo rito da circuncisão.
É importante lembrar que, conforme o relato de Gênesis 17, Deus fez uma aliança com Abrão e troca seu nome para Abraão. Nos vv. 9-14 daquele capítulo, vemos o Senhor Deus estabelecendo o rito da circuncisão para todo menino nascido na casa de Abraão ou comprado, como sinal da aliança entre Ele, Abraão e seus descendentes.
Agora, tornando ao texto do livro de Josué, quando aquela geração estava entrando em Canaã, a terra prometida, a velha carne deveria ser removida.
Isto significa, que tudo o que restava de herança espiritual do Egito deveria ser jogado fora ou ser removido, para que os filhos de Israel pudessem ter a chance de desfrutar uma nova vida.. Em Cl 2.11, a Palavra nos revela que o significado da circuncisão é “despojamento do corpo da carne”.
“Nele também vocês foram circuncidados, não com uma circuncisão feita por mãos humanas, mas com a circuncisão feita por Cristo, que é o despojar do corpo da carne.”
Muitas pessoas supõem que a vitória sobre o pecado é a marca da perfeição, mas não sabem que é a carne quem peca. Assim, Gilgal em nossa vida, representa tratar com a carne, significa remover aquilo que provém da carne.
De acordo com as Escrituras, a carne é condenada por Deus. E é importante entender que não estamos falando do corpo físico, mas da natureza carnal que temos.
Essa é a nossa natureza ao nascer. E foi exatamente isso que Jesus quis dizer ao afirmar para Nicodemos: “O que é nascido da carne é carne” (Jo 3.6).
Tudo o que temos ao nascer, provém da carne, e isso não inclui apenas pecado, imundície e corrupção. Mas também encontramos nos seres humanos bondade, habilidades, zelo, sabedoria e poder naturais. E é exatamente aí que reside o problema: somos tentados a confiar em nossos sentimentos, nossas habilidades, nossa sabedoria e poder naturais e isso torna-se o grande empecilho para nosso progresso na vida e na obra do Senhor.
“Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realiza-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo.” (Rm 7.18,19)
“Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja. A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz; a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à Lei de Deus, nem pode faze-lo. Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus.” (Rm 8. 5-8)

A convocação de Deus para nós é negar a própria carne. E isto significa não abrir mão apenas de nossos pecados , mas de nossas habilidades, de nosso zelo, sabedoria e poder humanos para viver segundo os dons, a sabedoria, a bondade, o amor e o poder do Senhor.
Pelo critério divino, precisamos negar, fazer morrer e permitir que passe pelo julgamento tudo o que consideramos bom de acordo com a carne e tudo o que planejamos e organizamos pela carne. Deus não precisa, não quer e não valoriza a ajuda da carne, nem na vida nem na obra espirituais.
No tempo de Josué, Gilgal, que foi o primeiro acampamento do povo de Israel, era exatamente o lugar onde a carne foi despojada e julgada.
Para nós, Gilgal simboliza o primeiro passo para uma vida espiritual produtiva e que conduz ao céu. O lugar onde devemos julgar e mortificar a carne por meio do entendimento que o Senhor nos concede. Logo precisamos ser circuncidados no coração. E que circuncisão é esta feita no coração? Podemos encontrar essa resposta em Gl 5.16: "Andai no Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne."
Quem nunca partiu de Gilgal, nunca deu um início real à jornada espiritual.
Esses podem ser zelosos nas boas obras, podem construir grandes templos, podem até sentir alegria por terem executado tais realizações, mas não compreendem a verdadeira vida espiritual. Geralmente, ou falta-lhes uma real conversão ou são soberbos, prepotentes, acreditam-se mais espirituais que os outros e vivem criticando as pessoas a sua volta. Acreditam que o Evangelho resume-se àquilo que conhecem.
Na próxima postagem partiremos para Betel, a segunda etapa dessa jornada.


quinta-feira, 3 de junho de 2010

E se ele conhecesse Jesus?...


Gostaria que você conhecesse a história de um homem. Idêntica a muitas que talvez conheçamos e que, provavelmente, não mudou muita coisa em nossa vida, a não ser por um poucos segundos que levamos para dizer ou pensar: "Coitadinho dele." Logo depois, nós acessamos outra notícia (quemsabe algo sobre moda ou sobre os resultados do futebol ontem!). E assim vamos... coitadinhos de nós!!! Leia atentamente.

Antes das ruas, a torre Eiffel e Big Ben

Viajado pelo mundo, bem sucedido técnico agrícola perdeu tudo após uma desilusão amorosa. A ele, sobrou apenas a rua

Ricardo Galhardo, iG São Paulo | 03/06/2010 03:58

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Foto: Agência Estado

Vista do Elevado Costa e Silva, popularmente chamado de Minhocão, no centro de São Paulo

Para quem passa sob o elevado Costa e Silva, na altura da estação Santa Cecília do Metrô, João Avelino da Silva, de 58 anos, é só mais um entre dezenas de mendigos amontoados nas calçadas. É difícil acreditar que o homem barbudo enrolado num cobertor encardido tenha sido um bem sucedido técnico agrícola, chefiado dezenas de pessoas, viajado pelo mundo.

No caminho entre a vida pacata da classe média paulistana e a sarjeta, Avelino encontrou a desilusão amorosa e o alcoolismo. Nascido na Mooca, ele saiu direto dos bancos do colégio técnico agrícola para um emprego bem remunerado no extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), no início dos anos 70, época do chamado “milagre brasileiro”.

Dois anos depois, ele chefiava uma repartição com mais de 20 subordinados. A trabalho, viajou pela América do Sul, Europa e África vendendo o principal produto de exportação brasileiro. Para quem duvida, ele mostra as fotos desbotadas junto à torre Eiffel, Big Ben, Casa Rosada e outros cartões postais.

Algumas fotos do pacote foram rasgadas num acesso de fúria e remendadas com durex. São de Maria Alice, ex-esposa e mãe dos dois filhos de Avelino. “A culpa é dela. Essa mulher desgraçou minha vida”, explica.

Traição

No auge do sucesso profissional ele conheceu Maria Alice, loira, bonita, rica, filha de família tradicional paulistana. Namoraram, ela engravidou, casaram. Meses depois do casamento começaram os primeiros boatos. “O irmão dela me disse para abrir o olho, mas na época não acreditei, briguei com ele, não podia acreditar que ela pudesse fazer uma coisa dessas comigo”, recorda.

Durante os três anos do casamento os avisos, suspeitas e indícios só aumentaram. Até que Avelino decidiu contratar um detetive particular. “Em menos de um mês o detetive flagrou a Maria Alice com três homens diferentes. Vi as fotos e fiquei zonzo, quase desmaiei. Quando fui tirar satisfações ela admitiu tudo, com a maior frieza, e ainda disse que tinha ficado com muitos outros, desde antes do casamento, me chamou de frouxo, chifrudo, falou que eu merecia aquilo tudo”, lembrou Avelino.

Leia também: Oito personagens relatam o drama de viver na rua

Bebida

A primeira reação foi de fúria e violência. Avelino espancou Maria Alice e por pouco não matou a mulher. Em seguida veio a frustração e a fuga. “Comecei a beber todo dia. Ficar bêbado era o único jeito de esquecer de tudo”.

No começo ele só bebia à noite. Em pouco tempo começou a se embriagar logo de manhã, chegar bêbado no trabalho, fugir do emprego. “Troquei o café pelo conhaque”, comparou. “Cheguei ao ponto de esconder uma garrafa na gaveta do trabalho”.

Foi uma questão de meses para Avelino ser demitido. Sem dinheiro, se viu obrigado a vender a casa da família em Moema. Envergonhado, perdeu o contato com a família e os amigos. O dinheiro da venda acabou em menos de dois anos e Avelino foi parar nas ruas.

Durante mais de uma década zanzou pelas ruas do centro como um zumbi em busca de trocados para comprar bebida. Em 2005, foi apresentado ao crack. Hoje tem a aparência de um homem de 90 anos. Só consegue manter uma conversa nos poucos minutos entre o despertar e as primeiras doses do dia.
Acho que o problema, dessa matéria não consiste em ele ter perdido a casa, as viagens, o emprego, mas sobretudo a dignidade, a humanidade e, sobretudo, a visibilidade para a igreja.
Nossa indiferença é tanta que nos contentamos em simplesmente em entregar um folheto com uma foto bonitinha e uma porção das Escrituras. Para completar o quadro da hipocrisia cristã, dizemos "Jesus te ama" e vamos embora.
Ficou chateado(a)? Não fique não. Eu também me enquadrei nesta situação e embora saiba que há muita gente fazendo o que deve ser feito, resgatando essas vidas que satanás quer ceifar, lutando para arrancá-las de um poço de miséria e desesperança, é muito pouco: EU E VOCÊ PRECISAMOS IR TAMBÉM!
Onde estão os pregadores e profetas deste tempo? Será que a luz dos holofotes e o som dos aplausos os embriagou de tal forma que esqueceram seu chamado e cegaram para este tipo de cenário? PRECISAMOS IR...
Será que construir templos suntuosos, cheios de mármore, vidro, cortinas e texturas é mais importante que edificar albergues, centros de recuperação, creches e abrigos? PRECISMOS IR...
Que o Senhor tenha misericórdia de mim... que este clamor do Espírito toque meu coração e meu espírito... me arranque desse conforto besta de "santinho de igreja" e me faça um valente a lutar lá fora, onde o inferno está destruindo vidas!
Jesus, salva-nos da nossa hipocrisia e nos faz cristãos de verdade!
Perdoa, meu irmão, minha irmã. Não deu para segurar! REFLITA! Você também não fica indignado?
Se a sua resposta é não ou você levou mais de 30 segundos para responder, cuidado! Você pode estar morrendo espiritualmente e não sabe.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Patmos: lugar de glória e exílio


É interessante como as pessoas ficam admiradas e até mesmo assustadas quando se aproximam do livro do Apocalipse.
Isso acontece porque além de ser um livro de difícil interpretação, provoca muito medo naqueles que desconhecem os projetos de Deus para sua igreja. E esse desconhecimento ocorre, principalmente, por dois motivos: o primeiro, no caso das pessoas que ainda não conhecem Jesus, não sabem ou não creram no que a Bíblia diz sobre o futuro; o segundo caso, é o daqueles que freqüentam a igreja, se dizem crentes, andam até com a Bíblia debaixo do braço, mas não conhecem a Jesus, não têm intimidade com Ele. Preferem estar como Marta, ocupados com muitos afazeres, que muitas vezes, nem são atividades da igreja, do que estar sentados aos pés do Senhor, aprendendo com Ele, gozando de sua presença, adorando aos seus pés.
Mas o amor do Senhor é tão profundo, tão maravilhoso, que nos arranca do meio de nosso mundinho, nos arrebata da nossa vidinha e nos leva para uma ilha, um lugar de refúgio, uma caverna, onde possa falar conosco. Mesmo aqueles que têm buscado, que têm procurado a presença dele, passam por esse processo, para serem transformados e renovados por seu Espírito. Nós não estamos aqui em vão.
Assim, somos convidados a nos transportarmos, pela imaginação, para a ilha de Patmos, lá onde João recebeu a maior e mais terrível revelação que podemos encontrar na Bíblia.
Patmos é uma pequena ilha de 36,4 Km², que hoje pertence a Grécia, no meio do Mar Egeu. A ilha é dividida em duas partes quase iguais, ligadas por uma estreita faixa de terra, tem pouca vegetação e o relevo é pedregoso, com montes baixos, de no máximo 269 m.
Quando João foi levado para Patmos, já havia passado mais de meio século, desde que a igreja havia sido organizada. E durante esse tempo, os inimigos da mensagem do Evangelho, nunca afrouxaram a perseguição contra os crentes.
Mesmo sendo vítima dessas perseguições, mesmo tendo visto a destruição de Jerusalém e a ruína do templo, João sempre foi uma testemunha fiel do Senhor Jesus, animando seus irmãos a prosseguirem na fé. Os príncipes dos judeus sabiam que enquanto sua voz chegasse aos ouvidos do povo, sempre haveria conversão, sempre haveria uma igreja e o testemunho de Jesus na terra permaneceria vivo: era preciso silenciá-lo.
João foi preso e levado para Roma, foi injustiçado em seu julgamento e por ordem do imperador romano Domiciano, foi lançado dentro de um caldeirão de óleo fervente. E quando seus acusadores pronunciaram as palavras: “Assim pereçam todos os que crêem nesse enganador, Jesus Cristo de Nazaré”, João declarou: “Meu Mestre Se submeteu pacientemente a tudo quanto Satanás e seus anjos puderam inventar para humilhá-lo e torturá-lo. Ele deu a vida para salvar ao mundo. Considero uma honra o ser-me permitido sofrer por Seu amor. Sou um homem pecador e fraco. Cristo era santo, inocente, incontaminado. Não pecou nem se achou engano em Sua boca.”
Ao ouvirem essas palavras, os mesmos homens que o atiraram no caldeirão, o retiraram, sem nenhuma queimadura. Como não conseguiram calar sua voz, mandaram-lhe para Patmos, que havia sido escolhida, pelo governo romano, como lugar para banimento de criminosos, pensando que ali ele morreria pelas privações e sofrimentos.
O exemplo de João nos fala sobre como o inferno tem tentado calar a voz de uma geração. Como muitos de nós, profetas de Deus para este mundo, têm sido lançados no óleo quente.
Mas o pior de tudo é que em lugar de reafirmarmos nossa fé e ficarmos firmes naquilo que o Senhor tem nos dado, cedemos porque temos medo da rejeição, temos medo de sermos excluídos do grupo, de perdermos o conforto de nossa vidinha muitas vezes confortável e desregrada, de uma espiritualidade vazia e descompromissada.
Uma vida que não nos obriga a mudarmos de postura, que não pede sacrifícios, que não nos exige renúncia. Fazemos nosso próprio Cristianismo, escolhemos nossa própria relação de pecados, selecionamos passagens de nossa própria Bíblia e temos sempre uma justificativa para nos livrar de qualquer culpa.
Preferimos a mediocridade de uma vida espiritual fútil, que satisfaz aos homens e suas tradições mas não agrada a Deus. Vivemos muito mais preocupados com nosso bem-estar social, com nossa aparência pessoal, com nosso status no meio da "tchurma", do que com o nosso testemunho cristão, com nossas vestes espirituais, com nossa posição diante de Deus, como profetas e sacerdotes de uma geração escolhida para vencer os desafios deste tempo e anunciar ao mundo que Jesus Cristo é o Senhor e breve virá.
Preferimos ceder, fazer acordos com Satanás, do que ir para Patmos, que nos expor à dor de carregar a cruz, à solidão provocada pela santidade em um mundo sujo e fedorento de tanto pecado.
Preferimos ouvir as falsas promessas de animadores de igreja, do que as verdades que vem impactar nossa vida, proferidas por um João Batista levantado por Deus.
Preferimos viver em Laodicéia com sua abastança, suas luzes, seu descompromisso, do que viver uma aliança com o Senhor em Patmos.
Patmos é o lugar do exílio, da perseguição, da crítica, dos ataques, do sacrifício, da dor e do sofrimento. Mas também é o lugar da vitória, da paz, da revelação, da adoração, da manifestação da graça e da glória.
Patmos é o lugar onde Deus transforma os escravos em seres livres para adorá-Lo.
Patmos é o lugar onde o Senhor muda nossas perspectivas, abre nossos olhos espirituais, nos chama para perto de Sí, renova as forças do que está cansado e dá vigor aos exaustos.
Patmos aos olhos do mundo e daqueles que estão cegos dentro da igreja, é um lugar deserto, sem água, sem pão, sem esperança e sem vida.
Na verdade, Patmos é um lugar de encontro com o Senhor. E onde o Senhor está, há uma fonte jorrando para saciar nossa sede, sua palavra nos alimenta, temos a mais viva esperança, temos vida em abundância.
Patmos, é um lugar para os que não se importam com o exílio, mas querem morrer para si e para o mundo. Preferem a solidão dos altos montes do Senhor, a viver o burburinho das multidões da carnalidade e do descompromisso. É o lugar para os que estão no vale, como montes de ossos secos, mas desejam o sopro do Espírito, para voltarem a viver.
Patmos é o lugar do exílio, mas também é o lugar da glória.

A IMPORTÂNCIA DOS RELACIONAMENTOS: nenhum homem é uma ilha


O Senhor não nos criou para vivermos sozinhos, isolados como uma ilha.
O próprio Deus estabeleceu a família e disse a Adão e Eva que se reproduzissem e povoassem a terra. E ao longo dos séculos a história se repete com milhares de pessoas casando, se unindo em famílias, como amigos, como companheiros de equipe no trabalho, nos esportes, nas mais diferentes atividades humanas.
Mas relacionamento envolve muito mais do que afetos momentâneos ou troca de interesses. Um relacionamento real vai além daquilo que eu vejo, de abraços e beijos nem sempre sinceros ou da formalidade de simples trocas de palavras: envolve comunhão.

O QUE É COMUNHÃO?

Comunhão (do grego Koinonia) é o ato de usar uma coisa em comum. Tem o sentido de companheirismo, compartilhar, usar juntos. Contudo, é muito mais do que isso: é coisa do espírito, é uma união que ultrapassa o que é meramente humano.
A comunhão é a essência do Espírito Santo fluindo entre nós, promovendo o amor, a paz, a alegria no outro, me ligando a quem está do meu lado.
Porém, para termos comunhão uns com os outros, precisamos observar e praticar dois elementos que são fundamentais para bons relacionamentos:
1º) SENTIMENTO DE INTERDEPENDÊNCIA
Interdependência consiste na ideia de que ninguém pode viver sem a ajuda do outro e isso ocorre desde o nascimento. É o que ocorre no corpo humano, onde cada sistema, cada aparelho, cada órgão, depende de outro.
Ninguém é dotado de auto-suficiência tal que não precise da oração, do amor e da ajuda dos familiares, dos amigos e dos irmãos na fé.
Ec 4.9,10 “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Pois se caírem, um levantará o seu companheiro; mas ai do que estiver só, pois, caindo, não haverá outro que o levante.”
Ef 4.25 nos lembra que somos membros uns dos outros.
2º) HUMILDADE
A humildade é a virtude que mais nos faz parecidos com o Senhor Jesus, porque nos transforma em servos dos demais sem que a gente se importe com conhecimento, posição, riqueza ou qualquer outra coisa que possa fazer distinção entre nós e os outros.
A humildade nos torna capazes de sentir a dor do outro, porque nos faz iguais.
É a humildade que nos faz alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram. A falta de humidade:
- leva-nos a tratar umas pessoas com bajulação e outros com desprezo – isso representa dubiedade de caráter, nos faz "interesseiros";
- leva-nos ao engano e à pobreza espiritual – passamos a acreditar que somente nossas ideias estão certas e que nossas experiências são as únicas válidas; e
- leva-nos à exclusão – formamos grupinhos e "panelinhas", onde o que reina não é a comunhão, mas o exclusivismo, os interesses meramente humanos, a fofoca, a desunião.
Devemos valorizar e amar cada pessoa com quem convivemos, mesmo que a convivência com essa pessoa seja difícil. Será que somos tão perfeitos que não incomodamos os outros?
Será que o sangue que Jesus derramou por mim, foi melhor ou diferente daquele que ele derramou por quem está do meu lado, na minha frente ou atrás de mim?
Olhe para o seu lado direito e para o lado esquerdo... olhe para trás e para a frente... pare e pense que cada pessoa com quem convivemos ou nos encontramos no cotidiano custou o mesmo preço.
Quando nos conscientizamos sobre o quanto precisamos uns dos outros e entendemos que todos nós temos defeitos, falhamos e somos sempre necessitados da misericórdia de Deus, começamos a abrir nosso coração ao verdadeiro amor, o amor que nasce em nós gerado pelo Espírito Santo.
É esse amor que gera a comunhão com os outros e que nos traz paz ao coração.
Lembre-se: VOCÊ NÃO É UMA ILHA.

sábado, 6 de março de 2010

ATIVISMO 3


Este é o último dos artigos desta série sobre ativismo. Mas, eu quero pedir perdão aos leitores, porque fui pego pela armadilha do ativismo e... bem, atrasei a confecção deste texto.
Andei refletindo sobre a questão do ativismo nas instituições e da competência, do ter que ser feito e dos resultados. Acredito que essa será uma boa perspectiva para esse derradeiro momento sobre o tema que temos discorrido.
Estamos vivendo um tempo onde lucro, resultado, eficiência e eficácia são termos comuns a toda e qualquer instituição. É necessário reduzir o tempo, produzir mais e mais, a fim de que não se fique para traz. E o resultado disso, invariavelmente, é que alguma coisa precisa ser sacrificada, isto é, para aumentar a velocidade e ganharmos “altitude”, precisamos nos livrar do que é excessivo, daquilo que não representa lucro imediato, do que não oferece uma resposta direta. Entre outras coisas, não é raro descartarmos relacionamentos, hobbies e até pessoas, em troca de metas, de títulos e de outros “benefícios” pessoais.
Este é o ponto. É exatamente aí que começamos a sacrificar elementos importantes para nosso equilíbrio e condição humana. Há um ardil institucional bastante empregado que usa expressões um tanto significativas, tais como, “vestir a camisa”, “ser engajado com os projetos da instituição”, “ter compromisso com a causa”, entre outras. Quem gosta de ser conhecido como descomprometido ou taxado de desengajado? É assinar um “atestado de exclusão” e pedir para ser lançado no ostracismo.
Assim, seguimos enganados com o sentido de comprometimento, acreditando que ser comprometido é fazer tudo que nos vier às mãos. Contudo, o ardil não estaciona neste ponto. À medida que nos assoberbamos de tarefas, compromissos e lotamos nossa agenda com datas e horários, não raros desnecessários, recebemos o título de “competentes”, um laço terrível para nosso ego. É claro que disfarçamos e dizemos que “o Senhor é quem faz tudo”, “isso é a misericórdia de Deus” e, amados, quando chegamos a esse ponto, realmente precisamos da misericórdia dEle. Começamos a acreditar que se não fizermos isso, se não escrevermos aquilo, se não desempenharmos essa tarefa “x” ou “y”, ninguém mais o fará, nada mais acontecerá, tudo irá por água abaixo. O pior é que as pessoas começam a acreditar nisso e a pensar que este ou aquele serviço “é a nossa cara”, que se não fizermos, pelas mãos de outro não vai prestar e, pasmem (ou não), até murmuram porque nós estamos fazendo isso ou aquilo.
É interessante perceber que quando isso acontece, essas mesmas pessoas não param para olhar para seus talentos, para Aquele que concede os dons, não observam a quantidade enorme de pessoas que estão à espera de uma oportunidade para realizar algo e, o que é terrível, encastelam-se em um monte de mágoas, invejas, amargor e não procuram colaborar mais efetivamente: só há espaço para murmuração e tristeza.
Logo é preciso esclarecer sobre duas questões que consideramos fundamentais: o que é compromisso e o que representa competência. Compromisso não pode ser confundido a escravidão, ao ativismo desenfreado, pois estamos livres com a liberdade com que Cristo nos libertou (Gl 5.1). Assim meu serviço para o Reino de Deus deve ser algo que me deu, me dá e sempre me dará prazer, alegria e desejo de realizar mais. Não podemos nos acreditar comprometidos com o Senhor, simplesmente porque temos uma agenda lotada, se não dedicamos um momento para desfrutar de sua companhia, seja em oração, no prazer de meditar em suas palavras, observar sua criação ou na satisfação do convívio familiar.
Por outro lado, competência não é a qualidade daquele que faz tudo, toda hora, em todo lugar. Lembremos: nós não somos e não podemos querer ser oniscientes, onipotentes ou onipresentes. Este são atributos divinos incomunicáveis. Ser competente é ser consciente dos talentos que nos foram outorgados pelo Senhor e empregá-los naquilo que Ele realmente nos mandou fazer. É ser organizado com nosso tempo, ao ponto de fazermos a obra de Deus e podermos viver um grande amor com nosso cônjuge, acompanhar o crescimento de nossos filhos, dedicar atenção aos nossos pais, parentes e amigos, cuidar de nossa saúde física, psicológica e espiritual, ter um hobbie sem que ele se torne um ídolo ou um “isaque” em nossa vida, observar a grandeza do Senhor em um por do Sol e ter um momento de comunhão com Ele.
Esperamos que essas reflexões tenham contribuído para que possamos nos precaver e escapar das armadilhas que surgem sob a capa de compromisso e de competência.
Sejamos ativos por trabalharmos com sabedoria e afinco, não para suprir carências ou por mero ativismo.
Sejamos simplesmente, nós, conscientes do que somos, dos talentos que o Espírito Santos nos concedeu e daquilo que Ele nos determinou fazer.
Sejamos unicamente seres humanos com limitações e falhas que, todavia, tornaram-se alvo do amor incondicional do Pai.
Sejamos servos dedicados, não por vaidade ou por exigência, porém, por gratidão, por reconhecimento e amor a quem nos tirou das trevas para sua gloriosa luz.