quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

RECOMENDAÇÕES PARA UMA VIDA DE FÉ - Parte 1



          A carta aos Efésios foi uma das epístolas escritas por Paulo durante o período de sua prisão em Roma e uma de suas mais relevantes cartas, juntamente com aquela que foi detinada aos Romanos e  a primeira epístola escrita aos Coríntiios.
          Há três linhas fundamentais que formam essa carta:
o   A posição exaltada do crente – Paulo fala acerca das bênçãos espirituais que estão reservadas à Igreja e de quem somos diante de Deus, por meio oo Senhor Jesus;
o   A verdade sobre o corpo de Cristo – Quando o apóstolo trata acerca da unidade do Corpo de Cristo; e
o   Uma vida de acordo com nossa posição – O cuidado que devemos ter com nossos pensamentos, nossos sentimentos, nosso comportamento, para que possamos viver como verdadeiros filhos de Deus e o nome do Senhor seja então glorificado.
          Mas, ao longo de uma série de quatro postagens, gostaria de refletir acerca do texto que está em Efésios 5, versículos de 14 a 18, onde estão propostos alguns cuidados que precisamos observar como crentes em Cristo e, pricipalmente, como chamados para servir como os "profetas da última hora", prontos a anunciar a verdade divina para esta geração.

"Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.
Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,
Remindo o tempo; porquanto os dias são maus.
Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.
E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;
                                   Efésios 5:14-18


       Nesta primeira postagem da série, vamos abordar a recomendação paulina "desperta, ò tu que dormes" (v. 14), que fala de sono espiritual e a necessidade de acordarmos para uma vida de fé.
        É uma conclamação para que estejamos atentos quanto à obra transformadora de Cristo e a vontade divina como parâmetros fundamentais para a vida do crente. Em outras palavras, a obra redentora de Jesus no Calvário, não objetivou meramente o perdão de nossos pecados, contudo marcar o início de uma transformação radical na vida de todo aquele que se rende aos pés da cruz. Essa transformação deve conduzir ao segundo parâmetro que elencamos, ou seja, seguir a vontade divina, como único caminho viável para nossas vidas, sem alternativas ou atalhos possíveis.    
           Esse pensamento remete-nos a uma vida segundo a realidade da fé, onde não há espaço para vivermos de sonhos, ilusões ou fantasias, porque viver segundo a fé é algo que vai exigir de nós lidar com a dimensão do espírito, onde são geradas as realidades que vivenciamos no mundo físico. Os fatos e circunstâncias que os cercam, os quais marcam nossa existência terrena, são resultantes de fatos e circunstâncias que, originariamente, mobilizam o mundo espiritual. Isso significa que a forma como interpretamos, introjetamos em nosso coração e vivenciamos diariamente os princípios bíblicos, bem como, os valores espirituais que desenvolvemos e que alicerçam nosso comportamento enquanto cristãos, produzem efeitos na espiritualidade e, por conseguinte, formatam nosso viver na terra.
          Assim, o viver segundo a fé, ou viver pela fé, tem sido alvo de interpretações equivocadas no cerne das igrejas. Viver pela fé não é sinônimo de pobreza, de falta de pão ou de carência de recursos, todavia, representa uma vida plena de comunhão com o Senhor, abundante de suas visões, de seu poder e de sua graça. E é isso que nos leva a estar convictos de que algo "é" ou "existe" ainda que, por hora, não se esteja vendo de forma concreta.
          Essa vida pela fé é bíblica e é para todos, ao cotrário do que muita gente pensa, acreditando ser um fenômeno ou privilégio que alcança alguns poucos chamados para uma "obra especial".
                    
"(...) o justo pela sua fé viverá" (Hc 2.4)     

"Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele" (Hb 10.38)

        Ao viver pela fé, o crente não pode se fundar unicamente em percepções dos sentidos naturais, tampouco não pode programar seu passos futuros por meio de simples raciocínios ou estratégias mentais, sedimentadas no conhecimento intelectual. Não é fruto de emoções, nem pode modelar-se conforme a vontade humana, ainda que uma a vida de submissão e fé, influencie em todas essas áreas da existência humana.
     Viver pela fé envolve experimentar o sobrenatural, ousando viver a plenitude da confiança no domínio e no controle divinos sobre todas as coisas, compreendendo o senhorio divino e submetendo-se a ele, não de forma pesarosa, entretanto, com alegria.
         Viver pela fé conduz o crente a possuir uma fé não superficial, do tipo que declama que "para  Deus nada é impossível" (Lc. 1.37), mas não tem coragem de subir o monte para sacrificar Isaque, na certeza que o Senhor proverá o objeto do sacrifício. Ao contrário, nosso entendimento quanto à onipotência, à misericórdia, à perfeição de Deus passa a ser muito mais elevado, chegando ao nível de saber com a devida clareza que sem fé, é impossível agradá-Lo (Hb 11.6).
     Finalmente, este é o tipo de vida onde o conceito bíblico de fé, materializa-se integralmente como "o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem" (Hb 11.1) permitindo-nos ter uma visão mais ampla acerca do reino e dos projetos divinos. Não é a fé que utilizamos unicamente para alcançar presentes, não raro materiais, da parte do Senhor, porém aquela que nos possibilita fazer Sua vontade, viver de forma agradável a Ele e realizar grandes obras em seu nome.
          Na próxima postagem, estaremos abordando como nos comportar nessa vida de fé. Até lá.
 

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