A carta aos Efésios foi uma das epístolas escritas por Paulo durante o período
de sua prisão em Roma e uma de suas mais relevantes cartas, juntamente com aquela que foi detinada aos Romanos e a primeira epístola escrita aos Coríntiios.
Há três linhas fundamentais que
formam essa carta:
o
A posição exaltada do crente – Paulo fala acerca das bênçãos
espirituais que estão reservadas à Igreja e de quem somos diante de Deus, por
meio oo Senhor Jesus;
o
A verdade sobre o corpo de Cristo – Quando o apóstolo trata acerca da
unidade do Corpo de Cristo; e
o
Uma vida de acordo com nossa posição –
O cuidado que devemos
ter com nossos pensamentos, nossos sentimentos, nosso comportamento, para que
possamos viver como verdadeiros filhos de Deus e o nome do Senhor seja então
glorificado.
Mas, ao longo de uma série de quatro postagens, gostaria de refletir acerca do texto que está em Efésios 5, versículos de 14 a 18, onde estão propostos alguns cuidados que precisamos observar como crentes em Cristo e, pricipalmente, como chamados para servir como os "profetas da última hora", prontos a anunciar a verdade divina para esta geração.
"Por isso diz:
Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te
esclarecerá.
Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,
Remindo o tempo; porquanto os dias são maus.
Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do
Senhor.
E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;
Efésios 5:14-18
Nesta primeira postagem da série, vamos abordar a recomendação paulina "desperta, ò tu que dormes" (v. 14), que fala de sono espiritual e a necessidade de acordarmos para uma vida de fé.
É uma conclamação para que estejamos atentos quanto à obra transformadora de Cristo e a vontade divina como parâmetros fundamentais para a vida do crente. Em outras palavras, a obra redentora de Jesus no Calvário, não objetivou meramente o perdão de nossos pecados, contudo marcar o início de uma transformação radical na vida de todo aquele que se rende aos pés da cruz. Essa transformação deve conduzir ao segundo parâmetro que elencamos, ou seja, seguir a vontade divina, como único caminho viável para nossas vidas, sem alternativas ou atalhos possíveis.
Esse pensamento remete-nos a uma vida segundo a realidade da fé, onde não há espaço para vivermos de sonhos, ilusões ou fantasias, porque viver segundo a fé é algo que vai exigir de nós lidar com a dimensão do espírito, onde são geradas as realidades que vivenciamos no mundo físico. Os fatos e circunstâncias que os cercam, os quais marcam nossa existência terrena, são resultantes de fatos e circunstâncias que, originariamente, mobilizam o mundo espiritual. Isso significa que a forma como interpretamos, introjetamos em nosso coração e vivenciamos diariamente os princípios bíblicos, bem como, os valores espirituais que desenvolvemos e que alicerçam nosso comportamento enquanto cristãos, produzem efeitos na espiritualidade e, por conseguinte, formatam nosso viver na terra.
Assim, o viver segundo a fé, ou viver pela fé, tem sido alvo de interpretações equivocadas no cerne das igrejas. Viver pela fé não é sinônimo de pobreza, de falta de pão ou de carência de recursos, todavia, representa uma vida plena de comunhão com o Senhor, abundante de suas visões, de seu poder e de sua graça. E é isso que nos leva a estar convictos de que algo "é" ou "existe" ainda que, por hora, não se esteja vendo de forma concreta.
Essa vida pela fé é bíblica e é para todos, ao cotrário do que muita gente pensa, acreditando ser um fenômeno ou privilégio que alcança alguns poucos chamados para uma "obra especial".
"(...) o justo pela sua fé viverá" (Hc 2.4)
"Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele" (Hb 10.38)
Viver pela fé envolve experimentar o sobrenatural, ousando viver a plenitude da confiança no domínio e no controle divinos sobre todas as coisas, compreendendo o senhorio divino e submetendo-se a ele, não de forma pesarosa, entretanto, com alegria.
Viver pela fé conduz o crente a possuir uma fé não superficial, do tipo que declama que "para Deus nada é impossível" (Lc. 1.37), mas não tem coragem de subir o monte para sacrificar Isaque, na certeza que o Senhor proverá o objeto do sacrifício. Ao contrário, nosso entendimento quanto à onipotência, à misericórdia, à perfeição de Deus passa a ser muito mais elevado, chegando ao nível de saber com a devida clareza que sem fé, é impossível agradá-Lo (Hb 11.6).
Finalmente, este é o tipo de vida onde o conceito bíblico de fé, materializa-se integralmente como "o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem" (Hb 11.1) permitindo-nos ter uma visão mais ampla acerca do reino e dos projetos divinos. Não é a fé que utilizamos unicamente para alcançar presentes, não raro materiais, da parte do Senhor, porém aquela que nos possibilita fazer Sua vontade, viver de forma agradável a Ele e realizar grandes obras em seu nome.
Na próxima postagem, estaremos abordando como nos comportar nessa vida de fé. Até lá.
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