DEUS NÃO EXISTE
Marcos Baptista Mendes*
Há algum tempo atrás, uma renomada revista nacional, cujo conteúdo volta-se, a princípio, para assuntos de caráter científico, publicou uma matéria alusiva a uma campanha publicitária deflagrada por uma jornalista inglesa em favor do ateísmo.
A campanha alcançou dimensão internacional, estimulando grupos de ateus de países como França, Itália, Espanha, EUA e Austrália, iniciarem suas próprias campanhas, na busca por provar aos demais integrantes da sociedade a inexistência de um Deus. Contudo, esse tipo de iniciativa não é novidade, considerando que a partir do humanismo renascentista e do desenvolvimento de um pensamento racionalista, alguns cientistas e pensadores tem tentado provar que Deus é uma ilusão ou ainda, um delírio humano.
Nosso propósito neste artigo, não consiste em provar a existência ou não de um ser absoluto, criador e onipotente, ao qual as pessoas atribuem o nome de Deus. Porém, argumentamos que o ateísmo não está de todo errado ao defender a premissa da inexistência divina. Propomos que Deus realmente não existe: Ele é!
Argumentamos que “existência” é algo que pode ser limitado em seus aspectos ontológicos, isto é, sua forma, dimensões, duração, etc. Considerando que Deus é espírito (Jo 4.24a), logo, podemos concluir que não possui forma definida, não está sujeito às dimensões mensuráveis que conhecemos e tampouco, possui limites temporais: não tem princípio, nem fim.
Se considerarmos que a existência, no sentido humano, corresponde à vida, podemos inferir que aquilo que possui existência, tem vida. Todavia, compreendemos que não se pode afirmar que Deus tem vida, pois Ele é a vida (Jo 1.1; 14.6).
Se a autora da campanha acredita na inexistência de Deus, provavelmente crê ou fundamenta-se na proposição do filósofo sofista Protágoras, que afirmou que "o homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são". Mas, como mensurar os limites da criação, ante a finitude do entendimento humano, o que incapacita o homem à plena compreensão do todo à sua volta e de si mesmo (Is 40.28; 1 Co 2.16)? Como pode o efêmero explicar o que não se atém ao tempo, mas insere-se no contexto da eternidade (Sl 90.2; 2 Pe 3.8)?
Não acreditamos que para aqueles que assim pensam, haja um sentido na vida humana, partindo do princípio que sem a eternidade, sem um propósito que nos remeta além do mundo material e temporal, a existência humana não passa de simples conjunto de ações desprovidas de finalidade. Encontrar o sentido pleno e real da vida, requer uma experiência de fé, marcante, transformadora, incompreensível aos olhos da lógica e inexplicável pelo vernáculo humano. É algo que transcende a mera crença, foge às leis naturais, às deduções antropo-sócio-psicológicas que a ciência propõe.
Esta experiência, que é domínio do espírito, possibilita-nos ter o esclarecimento de que Deus é muito mais real em Si, ou ainda, de que Ele constitui a essência de tudo o que é real, daquilo que é verdadeiro; a Fonte Suprema da vida, de onde emana todo o princípio vital e toda a inteligência.
* Marcos Baptista Mendes é Evangelista, coordenador do Setor 24 da IEADERN em Natal, Mestre em Ciências Sociais.
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